Em 3 de abril de 2025, Barack Obama subiu ao palco do Hamilton College, em Nova York, para um discurso que ecoou como um alerta ao futuro dos Estados Unidos. Com a segunda administração de Donald Trump em pleno vapor, o ex-presidente não mediu palavras ao criticar o que chama de uma agenda autoritária que ameaça universidades, liberdade de expressão e os valores democráticos. A fala, que marcou seu retorno à cena pública após meses de silêncio, reacendeu um debate feroz sobre o papel da educação e da resistência em tempos de polarização. Vamos explorar o que Barack Obama disse, por que ele está preocupado e como isso reflete os desafios de 2025.
Barack Obama Critica Agenda de Trump: Um Chamado à Ação
No coração de seu discurso, Barack Obama criticou a agenda de Trump por tentar intimidar universidades com cortes de verbas federais. “Se você é uma universidade, precisa decidir: estamos fazendo as coisas certas ou apenas cedendo à pressão?”, declarou ele, sugerindo que as instituições deveriam usar seus endowments – fundos acumulados – para se manter firmes contra o que descreveu como ataques à liberdade acadêmica. Para Obama, o governo Trump está punindo escolas que não se alinham às suas políticas, como as que protegem o direito ao protesto ou à diversidade de ideias.
Ele não parou por aí. Obama acusou a administração de minar a ordem internacional pós-Segunda Guerra Mundial, construída sobre normas como o respeito à imprensa livre e ao judiciário independente. “Imagine se eu tivesse feito isso”, provocou, lembrando que tais ações teriam gerado revolta se partissem de um governo democrata. O recado foi claro: para ele, o país está em um momento crítico, onde a passividade pode custar caro.
Universidades na Mira: A Agenda de Trump em 2025
A crítica de Obama vem em resposta a medidas concretas do governo Trump. Em março de 2025, por exemplo, a Casa Branca cortou US$ 400 milhões em financiamento da Universidade de Columbia, exigindo mudanças em políticas relacionadas a protestos estudantis. Para Obama, isso é mais do que uma disputa financeira – é uma tentativa de silenciar vozes dissidentes e moldar o ensino superior à imagem de uma agenda conservadora. Ele alertou que universidades estão sendo pressionadas a abandonar valores como a inclusão e o pensamento crítico, algo que considera essencial para a democracia.
Esse embate não é novidade. Desde o início de seu segundo mandato, Trump sinalizou que usaria o poder executivo para alinhar instituições ao que chama de “interesses americanos”. Mas, para Obama, essa é uma visão estreita que troca o diálogo por coerção, colocando em risco o futuro da educação e da sociedade.
Resistência ou Sacrifício? O Apelo de Obama
“Não basta dizer que você apoia algo; talvez tenha que agir”, enfatizou Obama, pedindo que cidadãos, universidades e até escritórios de advocacia resistam às táticas de intimidação. Ele reconheceu que isso pode ter um custo – perda de fundos, contratos ou prestígio –, mas insistiu que o preço da inação é maior. “Tivemos décadas em que defender a justiça social ou a liberdade não exigia sacrifício. Esse tempo acabou”, disse, em um tom que misturava urgência e esperança.
Para Obama, a força está na união. Ele incentivou uma reflexão coletiva: as universidades estão violando seus próprios códigos ou apenas cedendo ao medo? Se for o último, argumentou, é hora de erguer a cabeça e lutar pelo que é certo.
O Contexto de 2025: Um País Dividido
O discurso de Obama acontece em um cenário tenso. Em 2025, os EUA enfrentam tarifas econômicas controversas, repressão a protestos e uma guinada conservadora que muitos veem como um retrocesso. Enquanto Trump implementa políticas agressivas – como deportações em massa e ataques a programas de diversidade –, Obama emerge como uma voz de oposição, pedindo resiliência. Ele não citou nomes como Columbia diretamente, mas o recado foi claro para quem acompanha os cortes de financiamento e as ameaças a campi que abrigaram manifestações pró-Palestina no ano anterior.
Um Futuro em Jogo
Barack Obama critica a agenda de Trump em 2025 não apenas como um ex-presidente, mas como alguém que vê a democracia americana em uma encruzilhada. Seu apelo às universidades é um grito por autonomia e coragem, um lembrete de que a educação é mais do que um alvo político – é um pilar da liberdade. À medida que o governo Trump avança, a pergunta остается: o país vai resistir ou se curvar? Para Obama, a resposta está nas mãos de todos nós.