Em 5 de abril de 2025, o presidente Donald Trump implementou uma tarifa básica de 10% sobre todas as importações, com exceções limitadas. Esta medida é parte de uma estratégia mais ampla para corrigir práticas comerciais que, segundo o governo, resultam em déficits significativos na balança comercial dos EUA.
A partir de 9 de abril, tarifas “recíprocas” mais elevadas serão aplicadas a países específicos que, na visão da administração, impõem tarifas injustas sobre produtos americanos. Por exemplo, a União Europeia enfrentará uma tarifa de 20%, enquanto a China será sujeita a uma tarifa total de 54%.
O objetivo declarado dessas tarifas é estimular o investimento doméstico e corrigir desequilíbrios comerciais globais. No entanto, essas medidas já provocaram quedas nos mercados de ações e aumentaram os temores de uma recessão. Economistas alertam que as tarifas podem levar a um crescimento mais lento e a uma inflação mais alta, com estimativas apontando para uma chance de 60% de uma recessão global se as medidas continuarem.
Além disso, a implementação dessas tarifas gerou reações mistas de parceiros comerciais. A Turquia, por exemplo, vê uma oportunidade nas tarifas básicas de 10%, acreditando que isso pode beneficiar seus exportadores ao oferecer acesso favorável ao mercado dos EUA.
Internamente, há debates sobre a autoridade do presidente para impor tais tarifas. Embora existam esforços bipartidários no Congresso para limitar esse poder, é improvável que consigam deter o plano tarifário de Trump. Especialistas sugerem que, apesar de o Congresso ter a autoridade constitucional sobre tarifas, ele cedeu grande parte desse poder ao Executivo e, atualmente, falta motivação política para desafiar as tarifas de Trump.
Empresas e consumidores americanos também estão preocupados com o impacto dessas tarifas. Setores como o de tecnologia podem enfrentar retrocessos significativos, com empresas como Nvidia, Microsoft, Amazon e Tesla já registrando quedas nas ações. Analistas alertam que essas tarifas podem atrasar a inovação tecnológica nos EUA em uma década, beneficiando concorrentes estrangeiros.
Em resumo, as tarifas recíprocas de Trump visam corrigir práticas comerciais consideradas injustas e promover a economia doméstica. No entanto, as ramificações econômicas e políticas dessas medidas são complexas e continuam a ser objeto de intenso debate.
